segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Crônica do despertar (ou Meu ritual matinal)

As crônicas estão ficando cada vez mais frequentes por aqui.

Durante a produção desta, e depois dela pronta, passou um filme na cabeça e pensando assim essa crônica vale para muita gente, afinal quem nunca acordou atrasado e mesmo assim seguiu todo, ou boa parte, do ritual de todas as manhãs. Afinal, algumas coisas a gente não deixa de fazer nem estando atrasados...


Sendo assim, ai vai minha crônica do despertar ou, se preferirem, meu ritual matinal...


Acordei meio que de supetão, assustada, o dia já estava claro, diferente do de costume.


Olhei para o relógio apenas para saber o quanto estava atrasada, pois, que estava era certo.


Daí, foi correr contra os ponteiros.


De súbito, me levantei, arrumei a cama e corri para o banheiro, nada pior que tomar banho às pressas, quer dizer, pior seria não tomar banho, mas isso nem que o atraso fosse de uma hora...


Ia esquecendo, mesmo atrasada, não quebrei o ritual, antes de entrar no banheiro, liguei o som, afinal, preciso de música para acordar e para começar o dia bem...


Música tocando, chuveiro ligado, sabonete novo, dá até para esquecer o atraso, dá, mas não posso.


Poxa, a roupa que eu queria está amassada, vou vestir qualquer uma. Se bem que só mais dois minutinhos não vão fazer muita diferença, já estou atrasada mesmo.


Pronto!


Roupa, ok!


Bolsa, ok!


Dinheiro, ok!


Carterinha de estudante, ok!


Hora da velha pergunta de sempre...


Será que falta alguma coisa?


Logo em seguida, a velha resposta de sempre, que nem sempre é verdadeira...


Acho que não esqueci nada, está tudo aqui.


Agora é só comer qualquer coisa, escovar os dentes e sair.


“Bença mãe, tchau Dani, te amo!”



Airtiane Rufino


quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Planejando uma crônica...

Eu cheguei aqui com um texto todo pronto, tava tudo na cabeça, na verdade, ainda tá, mas, quando comecei ganhou outro rumo, pegou outro caminho.
Tá virando hábito já isso.
Mas tem problema não, o outro vem depois, porque o de hoje acabou ficando assim...

Planos e sonhos, ou seriam sonhos e planos?
A gente sonha e depois planeja, ou planeja e depois sonha?
Acho que as aulas de Planejamento Estratégico não estão me fazendo bem...

Pera ai!!!
Agora veio uma idéia aqui na cabeça.

Se eu fosse planejar uma crônica, como seria?
Bem, segundo o professor falou...
Mas ele não falou nada sobre crônicas, só lembro dele ter usado a palavra empresas, e em alguns casos instituições, que acaba dando no mesmo.

Ah, mas agora deu curiosidade, como é que se planeja uma crônica?

Não sei, mas deve ser mais ou menos assim...

Primeiro a gente pega um papel, não já tá errado.
Primeiro tem que ter a idéia.
Isso, primeiro a gente pensa em algum assunto, algum fato especial ou não, pensa em algo bem fora do comum ou bem normal, é isso, pensa em alguma coisa (ou em nada!).
Depois pega o papel, pode ser qualquer um, não precisa ser uma folha especial, daquelas com cores e cheiros, não, essa ai você deixa pro seu convite de casamento (ou de formatura).
Papel na mão, hora de pegar a caneta, também não precisa ser aquela com tinta dourada nem aquela com perfume de rosas, não, essa você usa quando for escrever uma carta pro seu namorado.

Acho que o material é esse.
É, tudo pronto.
Idéia, papel, caneta (tá pode ser lápis também, sem problemas).
Agora é só começar.

Era uma vez...

Eu acho que as crônicas não começam assim, já sei, se você pode escrever sobre qualquer coisa, acho que pode começar de qualquer jeito, quer dizer, com qualquer palavra.
Então tá tudo certo.
Agora que meu plano tá pronto, vou levar pro professor e vê qual nota ele me dá.

Ah, e agora que já sei como se planeja uma crônica, já posso planejar escrever uma...
Vou fazer isso agora!!!

Airtiane Rufino

sábado, 29 de agosto de 2009

Um ano depois...

Um telefonema
Um desencontro
Um reencontro
Uma dúvida
Uma certeza
A sede
O calor
O caminho
A gentileza
O silêncio
A vontade
O desejo
A espera
O ônibus
A pausa
A aproximação
A respiração
O cheiro
O abraço
O beijo...

Em um ano
Outros telefonemas
Outros desencontros
Outros reencontros
Outras dúvidas
Outras certezas
Uma sede diferente
Um outro calor
O mesmo caminho
Outros caminhos
Outras gentilezas
Momentos de silêncio
Momentos de euforia
Outras vontades
Outros desejos
Outras esperas
O mesmo ônibus
Outro ônibus
Algumas pausas
Outras aproximações
Distâncias
Respirações
Cheiros
Abraços
Promessas
Dívidas
Mágoas
Palavras soltas
Palavras entrelaçadas
Revelações
Declarações
Beijos...

Tudo e nada, sim e não...

Airtiane Rufino

PS: Um ano passa tão rápido que às vezes nem dá tempo de fazer o que cabe em um ano...

sexta-feira, 26 de junho de 2009

História de amor

Ela espera todos os dias pelo telefonema dele.
Quando ele não liga, ela não se contém e liga para ele.
Ambos precisam escutar a voz um do outro.
Depois de um dia cheio, trabalho, aula, ônibus lotado, metrô lotado...
A única coisa que acalma os dois é ouvir a voz um do outro.
Ela não pode vê-lo quando deseja.
Ele não pode senti-la quando deseja.
Eles se amam, mas moram distante.
Não é possível viver tudo que desejam.
Os sonhos são cada dia maiores.
Não há tempo de falar tudo que vem à cabeça em apenas um telefonema.
O msn não permite sentir o tom da voz, nem ver o sorriso no rosto.

Elas moram no Ceará.
Eles?!
Brasília, Bahia e São Paulo.
Terras distintas, costumes distintos, sotaques próprios, manias próprias.
Mas, todos eles, e elas, tem algo em comum.
Todos eles, e elas, esperam o fim do dia para ouvir a voz um do outro.
Esperam ansiosos por aquele feriado para se visitarem.
Desejam mais que ninguém que as férias cheguem para se reencontrarem.
Sonham com a formatura para escolher o destino de suas vidas.

Andrezza que mora em Fortaleza ama Daniel que mora em Brasília.
Mariana que também mora em Fortaleza ama Lucas que mora na Bahia.
Daniele que também mora em Fortaleza ama Erick que mora em São Paulo.

Amores únicos.
Amores sinceros.
Amores que superam o tempo.
Amores que superam a distância.
Amores que provam que o amor pode tudo.
Amores...

Airtiane Rufino

PS: Texto em homenagem a três histórias de amor, parecidas, porém únicas, como toda história de amor.

segunda-feira, 25 de maio de 2009

A chuva



Olho para a folha em branco e logo penso em criar algo novo.
Um poema, uma música, uma crônica, um verso, um soneto, uma carta...
Mas fecho os olhos e escuto o barulhinho da chuva batendo na janela.
Fecho o caderno, deixo a caneta de lado, vou até ela.
Lá fora a chuva cai sem pressa, molha os passantes desprevenidos, alegra os casais apaixonados e rouba a atenção dos mais românticos...

Chuva, sempre tão cheia de histórias.
Sempre trazendo lembranças.

Lembranças da infância, da adolescência, da juventude...
Lembranças daquele banho de chuva.
Lembranças de uma dívida a pagar.
Lembranças das brincadeiras nas poças d'água na volta da escola.
Lembranças do beijo molhado com o namoradinho do colégio.
Lembranças daquele filme antigo.
Lembranças daquele brigadeiro que sempre acompanhava o filme antigo.

Ah, chuva, tão simples e tão cheia de encantos.
Poderia passar a vida a descrever-te em verso, prosa ou poesia...
Mas prefiro passar a vida a admirá-la e a relembrar dos momentos que me proporcionastes.


Airtiane Rufino


domingo, 3 de maio de 2009

Vinte anos é pouco

Depois de vinte anos, uma manhã diferente de todas as outras.
Ela levantou, depois de uma noite inteira rolando na cama vazia, sem conseguir dormir.
Olhou tudo a sua volta e parou os olhos sobre a cama vazia.
Mesma cama que, por vinte anos, deu lugar a alegrias, emoções.
Mesma cama onde foram geradas novas vidas.
Mesma cama que presenciou a transformação daquela menina em mulher.

Mas hoje, aquela menina voltou ao quarto, assutada, sem saber como será sua vida dali para frente.
Depois de vinte anos, ela se vê sozinha na cama vazia,
perdida naquele quarto que hoje parece imenso,
com medo de olhar para as crianças e ver no rostinho de cada uma delas o rosto daquele que se foi.

Várias perguntas povoam sua mente
Como encarar o mundo?
Como sair daquele quarto?
Como viver?
Como olhar para as crianças?
O que dizer a elas?

Durante vinte anos ele ensinou tudo a ela.
Ensinou a dormir junto,
ensinou a dividir a mesa,
ensinou que o domingo era o dia deles estarem mais juntos ainda,
ensinou que o chuveiro também é um lugar perfeito para ficarem juntos,
ensinou que a cama é o lugar para se esquecer todos os problemas,
ensinou que amanhã demora muito e hoje é o momento certo,
ensinou que o dia mais feliz era o dia em que eles estavam juntos, ele, ela e as crianças,
ensinou que o bom dia mais gostoso era o pulo das crianças na cama deles dois,
ensinou que o filme mais bonito era a vida deles,
ensinou que a melodia mais perfeita era a voz ao pé do ouvido,
ensinou que o dom da vida é ainda mais perfeito quando a vida é gerada por quem se ama,
ensinou que o amor fala bem mais alto no silêncio,
ensinou que o olhar fala tanto quanto a voz, ou até mais,
ensinou que eles seriam felizes para sempre...

Mas não ensinou que o para sempre teria um fim,
que o para sempre não duraria a vida toda, não a vida dos dois,
não ensinou que a vida dos dois, embora estivessem sempre juntos,
chegaria ao fim em momentos diferentes,
não ensinou como ela deveria agir se um dia ele se fosse,
não ensinou a olhar para a cama vazia e não sentir saudade,
não ensinou a olhar o quarto vazio e não sentir dor,
não ensinou a olhar para as crianças e não lembrar dele,
não ensinou a viver sozinha,
não ensinou a não ter seu amor.

E agora que faço eu da vida sem você? Você não me ensinou a te esquecer, você só me ensinou a te querer e te querendo eu vou tentando te encontrar. (Fernando Mendes)

Vinte anos juntos, ainda não foi o suficiente para que ele ensinasse tudo que ela iria precisar.
Vinte anos juntos, ainda não foi o suficiente para que ela aprendesse tudo que ela tinha para ensiná-la.


Airtiane Rufino



sábado, 25 de abril de 2009

Meu eu-livro!!!

"O livro traz a vantagem de a gente poder estar só e ao mesmo tempo acompanhado" (Mário Quintana)

Você já pensou em ser algum livro?

Bem, quando eu assisti ao filme "Fahrenheit 451", eu pensei.

Mas não consegui escolher um livro para eu ser.
Li tantos livros bons, é difícil escolher um só.

Mas, o tempo passou, e nem lembrava mais de escolher o meu livro, ou melhor o eu-livro, até que hoje recebi um link bem interessante, sobre um teste que revela o livro que você é. Lembrei do filme de imediato, e bateu a curiosidade para saber qual livro eu seria...

Engraçado, demorei a escolher meu eu-livro porque li muitos livros interessantes e não sabia qual escolher, e o resultado do teste foi justo um livro que nunca li. Veja só que ironia do destino...

Não que eu não goste deste livro, pelo contrário, até já tentei pegá-lo na biblioteca, mas estava emprestado, e depois acabei deixando para lá.


Eu sou...

"Antologia poética", de Carlos Drummond de Andrade

"O primeiro amor passou
O segundo amor passou
O terceiro amor passou
Mas o coração continua"

Estes versos tocam você, pois você também observa a vida poeticamente. E não são só os sentimentos que te inspiram. Pequenas experiências do cotidiano – aquela moça que passa correndo com o buquê de flores, o vizinho que cantarola ao buscar o jornal na porta – emocionam você. Seu olhar é doce, mas também perspicaz.

"Antologia poética" (1962), de Drummond, um dos nossos grandes poetas, também reúne essas qualidades. Seus poemas são singelos e sagazes ao mesmo tempo, provando que não é preciso ser duro para entender as sutilezas do cotidiano.

Esse foi o meu resultado.
E você? Qual livro você é?
Faça o teste!!!

http://tinyurl.com/dfywt9

Airtiane Rufino, ou seria Antologia poética???

=]

domingo, 12 de abril de 2009

Domingo de Páscoa



Fortaleza, 12 de abril de 2009, Domingo de Páscoa, fim de mais um feriadão de Semana Santa.
Alguns se preparam para voltar para casa, outros nem chegaram a sair.
Aos que se preparam para voltar, a de saudade.
Aos que não saíram, a calmaria e o descanso.
Mas ainda é domingo, ainda é tempo de aproveitar.
Sem perder tempo, a se arruma, passa e sai.
O menino sai em busca de alguma
O namorado apaixonado, prepara uma para sua amada.
Ao ouvir a da melodia, ela se entrega ao encanto das palavras e pede
A mãe esbanja todo seu ao preparar mais um almoço em família.
Assim, segue-se mais um domingo de Páscoa.
Como?
Fazendo o que?
Não importa...
O importante é o valor que ele tem.
Vale mais que
Vale mais que
Sozinho, com a família ou com os amigos.
Feriado é feriado.
Semana Santa é semana santa.
E domingo de Páscoa é domingo de Páscoa.
Com ou sem chocolate.
Com ou sem coelho.

Airtiane Rufino


PS: Desculpa pelo não tratamento das imagens.

quarta-feira, 8 de abril de 2009

O Beijo



Os olhares se encontram
A voz desaparece

O silêncio diz tudo
O olhar revela o desejo
Um suspiro entrega a vontade

Os batimentos perdem o compasso
A respiração se altera
As mãos tentam disfarçar

Os olhares se aproximam ainda mais
Os olhares mudam de foco
Os dentes pressionam os lábios involuntariamente
Outro suspiro é incontido
Um sorriso quebra o silêncio
O gesto é traduzido

Os olhares se encontram novamente
Uma mão desliza pelo cabelo
A outra mão repete a cena
O desejo só aumenta

Os olhos se fecham
Os lábios se encontram
O chão some
O tempo pára
A música toca

O mundo e todo o resto perde a importância
Momento sublime
Sensação única
Portas para o céu

...

Airtiane Rufino

Foto: Airtiane Rufino

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Como um eclipse



Depois de um longo dia de trabalho, sem muitas aspirações para aquela noite, ela segue seu caminho, faz o mesmo trajeto de todos os dias. Só que naquela noite ela estava sozinha.
Seguiu, pensando no dia que passara e na noite que já havia chegado.
Estava tão distraída que não notou que estava sendo observada.
Em um súbito reflexo, os olhos dela se encontraram com os olhos daquele que a observava.
Ela sentiu algo muito bom. Aqueles olhos lhe eram familiar, a paz que eles lhe trazia também.
Quando os olhos dela cruzaram com os dele, as estrelas perderam seu brilho tamanha foi a emoção que emanou de seus olhos.
Ela, parecia a Lua, tamanho era o seu brilho e sua beleza.
Ele, parecia o Sol, tamanho era seu encanto e sua força.
Os olhares não se largaram.
O Sol não resistiu ao brilho nem a beleza da Lua.
A Lua não resistiu ao encanto do Sol.
Se abraçaram fortemente, sentiram o calor e o perfume um do outro.
A Lua brilhava cada vez mais.
O Sol ficava ainda mais encantador.
Seus corpos ali, juntos, não queriam se largar.
A Lua suspirava com o cheiro dele.
O Sol se embebedava com o perfume dela.
Mas o momento estava chegando ao fim.
A Lua precisava ir, o Sol precisava ficar.
Se olharam mais uma vez.
Se abraçaram novamente.
A Lua foi embora sentindo o cheiro de seu amado.
O Sol ficou, acompanhando sua amada partir.
Eles se deixaram desejando um novo eclipse.

Airtiane Rufino


Foto: Airtiane Rufino

terça-feira, 31 de março de 2009

Contos de Fadas




Quando comecei a escrever, a idéia era outra totalmente diferente, mas foi fluindo, quando vi já estava pronto e resolvi publicar.
O texto da idéia original eu publico em outro momento.
Até mais...

Contos de Fadas

Os contos de fadas são mesmo perfeitos.
Bem, pelo menos vistos pelo ângulo que nos mostram.
Mas, será que alguém já parou para pensar nos contos de fadas sendo vividos na vida real?

Eu já. Hoje eu pensei nisso.
É, eu estava em uma daquelas viagens diárias, vindo para casa e, no meio de meus pensamentos confusos, surgiram várias fadinhas...

Cinderela – garotinha escravizada pelas filhas de sua madrasta e por esta. Um belo dia tem a oportunidade de ir a um baile, trajando um belíssimo vestido, em uma carruagem deslumbrante...
Mas seus sapatos eram de cristal, pior, ela deixou que o sapato caísse de seu pé. Ela derrubou o sapato de cristal. O que poderia ser a chance para que ela encontrasse o homem da sua vida, transformou-se em tragédia. Ela derrubou o sapatinho de cristal, ele se quebrou inteiro. O príncipe correu atrás dela, mas não a alcançou porque pisou nos cacos do sapatinho e se feriu gravemente, perdeu muito sangue, teve uma hemorragia, foi parar no hospital, necessitava de uma transfusão de sangue urgente, mas o banco de sangue estava vazio e, como todos no baile haviam bebido, ninguém podia doar. Ele acabou não resistindo e faleceu na décima segunda badalada do relógio.

Branca de Neve – linda garota, amável, admirada e querida. Tinha sete anões a seu dispor. Em um dia não tão belo como o de Cinderela, teve a infelicidade de morder uma maçã envenenada. Todos pensavam que ela estava morta, mas não, bastava que um príncipe beijasse-a para que o feitiço fosse quebrado. Desmaiada, com feições de defunta, foi levada para o caixão, todos velavam seu corpo, no meio do sol. E o príncipe não chegava. Ficaram ali por horas, o sol estava cada vez mais quente, Branca de Neve já não era tão branca assim. Pegara uma insolação. O príncipe chegou, em seu cavalo, e, diante daquela situação, levou-a direto ao hospital, mas sua pele já estava descascando, sofreu queimaduras seríssimas. Como ainda estava desmaiada, o médico sugeriu à família que ela fizesse uma cirurgia plástica para que ela voltasse a ser quem era. Branca de Neve sofria de anemia, não tinha sangue o suficiente para ser operada e o banco de sangue do hospital estava vazio. Não resistiu, faleceu esperando seu príncipe.

Pequena Sereia – garota levada, porém muito preocupada em ajudar os que lhe rodeiam, vivia no fundo do mar. Costumava sempre brincar com seus amigos. Em um belo dia de sol, brincava de esconde-esconde (Com a reforma o hífen sai ou continua? Ainda não me habituei com essas mudanças)com seus amigos quando enganchou sua calda em um pneu velho. Ela conseguiu se livrar do pneu mas, ao puxar sua calda, bateu em uma garrafa quebrada, certamente jogada por algum banhista bêbado. O corte foi profundo, levaram-na ao hospital, ela perdeu muito sangue, precisava de uma transfusão com urgência. Seus amigos não podiam doar, pois eram de espécies diferentes. Recorreram ao banco de sangue do hospital, mas, estava vazio. Tentaram cessar a hemorragia, mas foi em vão. Ela não resistiu e faleceu, debatendo sua calda como em um grito de socorro.


A Cinderela, a Branca de Neve e a Pequena Sereia morreram porque não havia sangue suficiente no banco de doadores.
Quantas fadas e príncipes morrem todos os dias por falta de um doador?

Airtiane Rufino


sábado, 28 de março de 2009

Coleções

Quinta-feira, chuvinha lá fora, eu ali no meio do povo, ouvindo a professora, prestando atenção no texto, ouvindo aquelas histórias todas, contando algumas, a aula passando, eu me distanciando aos poucos, quando vi, estava perdida em meus pensamentos, olhando pra chuva, foi ai que olhei pro caderno, caneta na mão, não podia ir contra né. Acabou saindo mais uma na aula...

Coleções

Hoje, no trabalho, me deparei com um livro bem interessante, um pouco fora do convencional, se é que existe convencionalismo para os livros.
Ele era bem bonitinho, trazia uma reflexão, talvez nem fosse uma reflexão, mas me fez refletir.
O livro falava algo sobre coleções e colecionadores.
Foi ai que comecei a pensar nas coleções, nas minhas e nas alheias.

Mesmo que inconsciente, todos colecionam alguma coisa.
Tem pessoas que colecionam jóias, esses são ricos, certamente.
Alguns colecionam roupas, bolsas ou sapatos.
Tem gente que coleciona canetas.
Outros se amarram em livros (eu tenho alguns, acho que posso chamar minha biblioteca de coleção sim).
Já ouvi falar em pessoas que colecionam camisas de futebol, não só as do seu time, mas de todos os possíveis.
Tem quem colecione até dinheiro.
Tem coleção e colecionador de tudo nesse mundo.

Eu já conheci alguns colecionadores.
Já conheci colecionador de dinheiro; de discos de vinil, é, o bolachão; de brincos, mesmo tendo apenas duas orelhas; de cartões postais, essa é legal, prova que as pessoas gostam e lembram de você; de tampinhas de garrafas de cerveja, essa é para os que gostam de beber; de mulheres, essa é para os que ainda não se apaixonaram de verdade; cd's, para os amantes da música...

Ah, já conheci colecionador de várias coisas.
Eu mesma, coleciono várias.

Tenho minha coleção de chaveiros, cada um tem uma história, uma imagem, uma lembrança. Sempre que viajo compro chaveiros, mas nunca presenteio ninguém com eles. Só dou chaveiros a pessoas especiais, pois todos eles fazem parte da minha coleção e tem alguma história.

Tenho outras coleções, menos visíveis, porém mais representativas.
Além de chaveiros, coleciono sorrisos, abraços, boas lembranças, momentos felizes, sonhos, sensações agradáveis e outras coisinhas que guardo a sete chaves.

Colecionar é bom, é divertido, é uma chance de perpetuar o momento, é a possibilidade de tornar o presente sempre presente.
E você, você coleciona o quê?

Airtiane Rufino

quarta-feira, 25 de março de 2009

Quarta-feira

A aula de hoje foi muito produtiva, proporcionou grandes idéias e, graças a elas, ai vai mais uma crônica.

Quarta-feira

Hoje não está chovendo, mas também não está fazendo sol.
Não, ainda não é noite. É tarde ainda, mas a chuva não caiu, nem o sol saiu.
Hoje não é dia nem de praia, nem de banho de chuva.
Hoje é dia de que então?
Bem, hoje é quarta-feira, olha que coincidência, eu aqui, na quarta-feira mais uma vez.
As quartas-feiras estão ficando inspiradoras.
Pronto, já sei, hoje é dia de escrever.
Acho que isso não vale né. Afinal, para escrever não tem dia, nem hora, nem lugar, basta a idéia, ou mesmo a falta dela, nem mesmo papel é necessário, ou caneta, apenas a idéia.

Mas, voltando à quarta-feira, ou melhor, às quartas-feiras...

Quarta-feira é uma dia meio atípico, não é começo nem fim.

A segunda-feira tem o peso do início da semana, a ressaca do fim de semana, a preguiça, o cansaço para os que não tiveram tempo de descansar, o sono para os que não puderam dormir o suficiente e o trânsito mais congestionado de todos os dias.

A sexta-feira é o fim da semana e início do fim de semana, olha que injustiça, enquanto a quarta-feira não é início nem fim, a sexta-feira é os dois ao mesmo tempo. Vai ver é por isso que as sextas-feiras são únicas. Sexta é sempre dia de festa, alegria, amigos, cerveja, cinema, “Farra na casa alheia”, e na nossa também.

Sábado e Domingo, nem precisa falar. Mas vou falar assim mesmo. Afinal, “todo mundo espera alguma coisa de um sábado à noite”. E domingo, ah domingo, dia de praia, almoço em família, reunião com amigos, e, claro, dia de futebol, seja para assistir ou para jogar, domingo sem futebol não é domingo.

Mas quarta-feira...

O que tem na quarta?
Quinta tem caranguejo, mas quarta...
É, hoje é sim dia de escrever.

Airtiane Rufino

quinta-feira, 19 de março de 2009

Acordar pra quê?

Não sou muito de escrever crônicas, até escrevo mas não costumo publicá-las, não sei o porquê, acho que não é meu forte, na verdade, nem sei qual é meu forte.
Mas essa eu escrevi ontem, quarta-feira, foi fluindo e quando vi, tava assim, pronta, ou melhor, quase pronta, ainda não tinha nome.
Foi quando olhei pela janela, vi a chuva caindo novamente e lembrei de uma crônica que eu li uma vez, falava da chuva também.
Ai, resolvi fazer uma homenagem ao grande cronista que a escreveu.

Rafa, essa é pra ti...

Bjão ;D


Hoje o dia começou cedo, acordei com aquele barulho insuportável do despertador, não importa a música que ele toque, sempre vai ser insuportável pois interrompe um dos momentos mais sublimes do ser.
Acordei cedo, não por vontade, preferia ter ficado um pouco mais na companhia do travesseiro, ele tava tão quentinho. A cama, essa então, tava daquele jeito, cheia de mãos que me puxavam e me impediam de levantar.
Lá fora, a chuva caía sem medo, sem timidez, suas gotas tilintavam na janela como a mais linda das melodias.
Aquele som suave de chuva trouxe a imagem do sonho que mais parecia um filme, também interrompido pelo despertador.
Os sonhos deviam mesmo ser como os filmes, não só no quesito história, mas deveria ter um menu ou algo do tipo. Assim, quando os sonhos fossem ruins seria possível pará-los, e, quando fossem bons seria possível voltar, pausar, continuar e até colocar trilha sonora.
Ah, cama quentinha, travesseiro quentinho, sonho bom, chuvinha na janela...

- Acordar pra quê?

É, mas o despertador tocou, avisando que o dever me chama e que mesmo que a cama e o travesseiro estejam quentinhos, o sonho esteja bom e a chuva esteja convidando para não sair da cama, o despertador avisa que é hora de levantar.
Vamos lá, à noite eu volto, espero que o cenário seja o mesmo e que eu possa clicar no ícone para continuar.
A trilha sonora, essa eu não vou esperar até a noite para ouvir, essa eu levo comigo, onde eu for.

Airtiane Rufino

sexta-feira, 13 de março de 2009

Uma idéia nova...

Faz uns dias que não posto nada no blog, mas hoje deu vontade de escrever, só não sei o que.
Queria que fosse algo novo, diferente. Mas não sei o que.
É que eu já escrevi sobre tantas coisas, fatos e pessoas também.
Já escrevi em vários dias da semana, e em várias horas do dia.
Já escrevi em pé, sentada, deitada, dormindo e até sem escrever.
Já escrevi sem pensar, e já pensei e não escrevi.
Já sonhei escrevendo, já escrevi sonhando.
Escrevi no ônibus, escrevi ouvindo música.
Escrevi cartas, bilhetes, recados...
Fantasiei-os de poesias, versos, canções, sonetos...
Já escrevi rimado. Já escrevi sem rima.
Já escrevi ao vivo. Já escrevi e não assinei.
Já escrevi e não enviei. Já escrevi e apaguei.
Já escrevi sozinha. Já escrevi acompanhada.
Já escrevi no meio da noite.
Já escrevi depois do telefonema.
Já escrevi depois do encontro.
Já escrevi depois da despedida.
Já escrevi no caderno, na folha solta, no computador, no blog, no guardanapo, na folha riscada, na mão, no pensamento...
Já escrevi com amor, com raiva, alegria, tristeza, arrependimento, paixão...
Sempre com sentimento.
Já escrevi para a família, amigos e amor.
Já escrevi para o dia e para a noite.
Já escrevi para o sol e para a lua.
Já escrevi até sobre escrever.
Já escrevi no meio da aula, em cima da prova.
Conversando, olhando, imaginando, desejando.
Já escrevi sobre tudo e sobre o nada.
Já escrevi sobre mim e já escrevi eu mesma.
Já escrevi sobre você, para você e até você.
Já pensei em tudo.
Mas...
Já escrevi!!!

Airtiane Rufino

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Escrever pra quê? Escrever pra quem?

Um dia desses, estava eu no msn conversando sobre poesia com um amigo.
Na verdade já era noite, talvez até já passasse da meia-noite, é, era tarde já.
Minha carruagem já estava virando abóbora de novo.
Meu vestido, esse voltava a ser trapo.
Eu?!!
Bem, eu voltava a ser gata borralheira.
Ainda bem que quando o relógio deu as doze badaladas ele não viu a transformação, poderia se assustar, talvez não voltasse a falar comigo.
Sei lá, ele podia achar estranho, de repente aquela menina que ele via na aula, no trabalho, na cantina, trajando roupas “normais”, alguns não gostam do estilo dela, mas ela gosta, aparecer de camisola e chinelo.
O bom da internet é isso né, você pode conversar com seu príncipe, encantado ou não, sem precisar colocar seu melhor vestido.
Ah, mas, certamente, ele não estava em seu cavalo branco, até porque assim ficaria difícil digitar e também não cabe um cavalo na sala dele, nem deixariam ele entrar no prédio com um cavalo né.
Talvez ele tivesse acabado de subir, e talvez ainda trajasse o uniforme suado, talvez seu corpo estivesse assim como o uniforme, suado, indicando o fim de mais uma partida cansativa.
Se ele ganhou?
Não sei, nem sei ao certo se ele estava jogando, foi apenas uma colocação, mas não deixa de ser uma possibilidade.
Mas ele também podia ter acabado de sair do banho, podia trazer no corpo aquele cheiro suave de pele recém banhada. Talvez seu corpo ainda estivesse molhado.

- Peraí!!!

- Que história é essa de carruagem, de abóbora, de gata borralheira, de meia-noite, de príncipe???

- Tá doida????!!!!
- Quem disse que você é a Cinderela?
- Muita pretensão a sua né não?
- Por acaso você tem um sapatinho de cristal?

Verdade, viajei agora ó.
Me sentindo a Cinderela, oiai.
Muita pretensão mesmo.
Eu nem tenho um sapatinho de cristal...

Mas bem que podia ter né, eu queria ter um, não pra calçar, claro que não.
Pra quê então eu queria o sapatinho?
Ah, essa é fácil.
Eu colocaria ele em uma caixinha bem bonita, eu mesma ia fazer uma, depois deixaria a caixinha na porta do prédio dele, só pra ele ir atrás da "Cinderela".

Vixe, não ia dar certo.
Como ele ia saber que a caixinha era pra ele?
E se alguém chegasse primeiro, e se em vez dele, o irmão ou o amigo pegasse a caixinha?
Pior, se ele pegasse a caixinha e fosse procurar a dona do sapatinho lá no prédio?
E se alguém com o pé do mesmo tamanho que o meu calçasse o sapatinho antes de mim?
Como eu saberia se ele encontrou ou não a caixinha?

Melhor esquecer mesmo essa história, só em contos de fada mesmo que em um reino inteiro só exista uma pessoa com o pé daquele tamanho. E príncipe, cavalo branco, essas coisas também só existem em contos de fada.
Deixa isso pra lá.

Depois dessa história toda, acabei esquecendo o que conversei com meu amigo, acho que era alguma coisa sobre escrever para alguém...

Airtiane Rufino

domingo, 8 de fevereiro de 2009

Sistemas Interoperando

A conexão cai
A mensagem não chega
O e-mail não é enviado
As redes não se interligam
Os sistemas ficam esquecidos
Palavras se perdem
Nada mais interopera
O mundo parece ter se esvaziado
Todas as janelas se fecham
Cadê todo mundo?!!

De repente, a conexão volta
A mensagem chega
O e-mail é lido
As palavras voltam a ter efeito
Os textos voltam a ser escritos
Pior ou melhor que isso
Voltam ser lidos
Janelas se abrem inesperadamente
Redes se interligam
O mundo interopera caoticamente
O caos incomoda, perturba
Um simples oi ou um olá causa turbulência
Como o bater de asas de uma borboleta
O piscar das janelas causam tremor
Os sistemas rompem as fronteiras
Invadem o real e o imaginário
As redes reconectam o presente
O real relembra o passado
O imaginário repensa o futuro
Idealiza o futuro passado
Ou o passado futuro
Passado que não passa
Futuro que não chega
Presente que não passa
Redes que não se desconectam
Sistemas que não se desligam

Redes, sistemas, janelas...
E-mails, textos, palavras...
Ois, Olás...
Passado, Presente, Futuro...
Flores, canções, sensações...
Vontade, desejo, delírio...
Atração, amor, paixão...
Sentimentos, gestos, ações...

Airtiane Rufino

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

A 4 mãos...




Será que todos os poemas são verdadeiros?
Quer dizer, será que as coisas que os poetas escrevem são mesmo verdades?
Será que todos os poetas escrevem o que vivem?
Será que todas as canções cantam memórias?
Será que todas as letras traduzem cenas reais?
Será?!!
Será que o nome do poema diz algo sobre ele?
Mas, e os poemas sem nomes?
O que eles querem dizer?

Espera!!!

Os poemas não devem ser explicados.
Tampouco questionados.
Os poemas devem ser degustados como um doce predileto.
Os poemas devem ser despidos como uma virgem em sua noite de núpcias.
Lidos apenas é pouco, os poemas necessitam mais que isso.
Eles não querem ser entendidos, por isso não se explicam.
Pois os poemas, assim como o amor que eles cantam, não são para se entender e sim para se sentir.
Cada um que ama, ama de uma forma.
Cada um que lê um poema, o lê, o degusta e o despe à sua maneira.
Para alguns pode não significar nada.
Para outros pode significar tudo.

Afinal, o que é um poema?

Ah, um poema é um mundo de fantasias.
E de realidades.
São linhas de verdades e mentiras que formam um tecido.
Na verdade, um poema é apenas um emaranhado de palavras perdidas, se encontrando entre verdades e mentiras, sonhos, desejos e ilusões, recordações e imagens distorcidas.
Os poemas não passam da união destas palavras agregando sons, cores, sabores e sensações.
Se são sentidas e vividas não se sabe, nem nunca saberão.
Sabem apenas que formam um lindo poema.
E que causam novos sonhos, desejos, ilusões, sentimentos, sensações.
E que trazem à lembrança sons, cores, sabores, imagens distorcidas.
Ou nada disso...
Ou tudo isso junto...
Afinal, cada um lê, degusta, despe e ama à sua maneira.

Airtiane Rufino

Foto: Airtiane Rufino

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Um pouco de mim

Aos que já me conhecem, nenhuma novidade...
Aos que não me conhecem, um pouco de mim...

Eu sou o que vejo
Eu sou o que escuto
Eu sou o que penso
Eu sou o que falo
Eu sou o líquido salgado que rola em algum rosto
Eu sou o rosto que se molha
Eu sou o olhar tímido
Eu sou o olhar penetrante
Eu sou a voz trêmula
Eu sou a voz firme
Eu sou o cheiro que invade o vazio
Eu sou a lembrança que vaga pelos pensamentos
Eu sou a menina que chamam de mulher
Eu sou a mulher que chamam de menina
Eu sou a coragem para enfrentar a multidão
Eu sou a covardia para enfrentar a solidão
Eu sou o medo de seguir em frente
Eu sou a garra para não parar
Eu sou o copo vazio
Eu sou o cigarro na mão
Eu sou a farra
Eu sou a calmaria
Eu sou o sorriso no rosto
Eu sou o suspiro de alívio
Eu sou a vontade
Eu sou o desejo
Eu sou o beijo
Eu sou o abraço
Eu sou o afago
Eu sou a criança
Eu sou a menina
Eu sou a mulher
Eu sou a filha
Eu sou a irmã
Eu sou a aluna
Eu sou a amiga
Eu sou a paquera
Eu sou a namorada
Eu sou a companheira
Eu sou a funcionária
Eu sou a dona
Eu sou a empresária
Eu sou a atriz
Eu sou a platéia
Eu sou a alegria
Eu sou a tristeza
Eu sou a tela
Eu sou a imagem
Eu sou a ausência
Eu sou a presença
Eu sou o sonho
Eu sou a realidade
Eu sou o ócio
Eu sou o trabalho
Eu sou o desfarce
Eu sou a descoberta
Eu sou o tudo e o nada
Eu sou o nada e o tudo
Eu sou apenas eu nessa imensidão de outros "eus"


Airtiane Rufino - aprendiz de poeta, aprendiz de fotógrafa, aprendiz de aluna, aprendiz de filha, aprendiz de namorada, aprendiz de pessoa, aprendiz de aprendiz...

...porque viver é sempre um aprendizado

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Apenas um texto novo...

Tem dias que a gente espera
que algo de muito bom aconteça,
nada de especial,
nada em especial,
mas algo especial!!!

Algo que possa surpreender,
que possa alegrar,
que possa encantar,
que possa emocionar.

Pode ser uma visita,
pode ser um telefonema,
um convite para ir à praia,
ou até mesmo ao cinema.

Um filme inédito,
ou um repetido.
Um prato novo,
ou um já conhecido.

Uma nova canção,
ou uma música antiga.
Um conselho de irmão,
ou uma palavra amiga.

Não precisa ser nada de mais,
também não precisa ser algo de menos,
tem que ser na medida exata,
de acordo com cada momento.

Algo simples,
algo natural,
nada extraordinário,
nada anormal.
Apenas um oi, um alô ou um tchau.


Airtiane Rufino

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Vida e Poesia!!!



Era pra ser apenas uma conversa sobre paisagens e belezas naturais, mas, graças a nossa "filosofia de butequim", no fim saiu isso ai...

A nossa imaginação é incrível não é???
É sim, até demais!!!
Às vezes sai cada coisa, tipo...

"A natureza é tão perfeita que fez as nossas orelhas para usarmos óculos"

Essa não foi muito boa, agora é minha vez...

"A natureza é tão perfeita que faz com que nossos olhos se fechem durante o momento mais mágico, para que assim possamos ver o que há de mais bonito no mundo"

Essa foi melhor!!!

Ah, então peraí...

"A natureza é tão perfeita que fez com que possamos enxergar as melhores coisas sem sequer precisarmos ver"

Gostei!!!

Blahh, deu crise de criatividade!!!

"A natureza é tão perfeita que nos faz falar coisas lindas sem nem sentir"

...

"E na sua perfeição nos faz perceber que o conhecimento adquirido entre séculos e séculos de vida é a melhor solução que podemos encontrar

...

"E que em determinados momentos, todo o conhecimento acumulado durante anos não passa de sabedoria de butequim"

...

"Banal e idiota que somente os tolos conseguem perceber"

...

"Mas não serão os poetas tolos e idiotas???"

...

"É, então a vida é mesmo uma banalidade, ou será uma poesia???"

...

"Não importa, o importante é que só os poetas conseguirão percebê-la"

...

"Os demais, apenas passarão por ela"

...

"E na sua tola percepção da realidade, irão construir seus ninhos, casas de sonhos e ilusões, verdades, mentiras, devaneios e desilusões, para que os demais poetas que passarem por ela possam dizer

"Fui poeta, vivi e vivi."

P.S.: Texto extraído de uma simples conversa sobre natureza, paisagens e fotografia. Escrito a várias mãos...

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

A noite, ah, a noite...

Sei que faz tempo que não apareço por aqui, na verdade nem sei porque sumi tanto tempo. Mas escrevi muito durante esse longo tempo que estive afastada. Não publiquei nada, é verdade, nem prometo publicar, pode ser que sim, mas pode ser também que resolva publicar textos novos, ainda não escritos, criados no calor na emoção, como o que vai ser escrito agora.

A noite

Ah, noite!!!

Noite bela e silenciosa,
guarda tantos segredos,
revela inúmeros sabores,
colore os painéis em branco,
dá vida ao que parecia morto,
embala sonhos de amor.

Noite solitária e cálida,
traz lembranças,
estimula ações,
instiga telefonemas,
inspira sensações,
embala sonhos de desejo.

Noite agitada e badalada,
pede multidão,
causa esquecimento,
proporciona liberdade,
transforma seres,
embala sonhos de aventura.

Noite enluarada,
deixa bobo os amantes,
ilumina os namorados,
provoca suspiros,
desvia olhares,
embala sonhos apaixonados.

Noite de sexta-feira,
noites de sexta-feira,
pedem companhia,
pedem música,
pedem um prato diferente,
talvez um sushi
ah, já comemos sushi, não vale
tem que ser algo diferente para ambos.
O quê então?!!
Não sei, depois a gente vê isso.

Ah, as noites de sexta-feira,
aquela letra no visor do celular,
aquela voz ao telefone,
convites irrecusáveis,
shows, festas e farras,
encontros,
desencontros,
jogos, gols, gritos,
aquela dor nas costas,
o ônibus atrasado,
o cheiro,
o perfume,
o cafuné,
o beijo,
os beijos,
aquela noite,
aquelas noites,
aquela sexta-feira,
aquelas sextas-feiras.

Noite bela, silenciosa, solitária, cálida, agitada, badalada, enluarada...
Noite de sexta-feira, noites de sextas-feiras...
Noites que embalam sonhos de amor, de desejo, de aventura, apaixonados...
Noites que embalam conversas agradáveis...
Noites que embalam encontros...
Noites que embalam pensamentos...
Noites que embalam romances...
Noites...
Noite...
Única como todas as outras e especial como nenhuma outra.

Airtiane Rufino