sábado, 25 de abril de 2009

Meu eu-livro!!!

"O livro traz a vantagem de a gente poder estar só e ao mesmo tempo acompanhado" (Mário Quintana)

Você já pensou em ser algum livro?

Bem, quando eu assisti ao filme "Fahrenheit 451", eu pensei.

Mas não consegui escolher um livro para eu ser.
Li tantos livros bons, é difícil escolher um só.

Mas, o tempo passou, e nem lembrava mais de escolher o meu livro, ou melhor o eu-livro, até que hoje recebi um link bem interessante, sobre um teste que revela o livro que você é. Lembrei do filme de imediato, e bateu a curiosidade para saber qual livro eu seria...

Engraçado, demorei a escolher meu eu-livro porque li muitos livros interessantes e não sabia qual escolher, e o resultado do teste foi justo um livro que nunca li. Veja só que ironia do destino...

Não que eu não goste deste livro, pelo contrário, até já tentei pegá-lo na biblioteca, mas estava emprestado, e depois acabei deixando para lá.


Eu sou...

"Antologia poética", de Carlos Drummond de Andrade

"O primeiro amor passou
O segundo amor passou
O terceiro amor passou
Mas o coração continua"

Estes versos tocam você, pois você também observa a vida poeticamente. E não são só os sentimentos que te inspiram. Pequenas experiências do cotidiano – aquela moça que passa correndo com o buquê de flores, o vizinho que cantarola ao buscar o jornal na porta – emocionam você. Seu olhar é doce, mas também perspicaz.

"Antologia poética" (1962), de Drummond, um dos nossos grandes poetas, também reúne essas qualidades. Seus poemas são singelos e sagazes ao mesmo tempo, provando que não é preciso ser duro para entender as sutilezas do cotidiano.

Esse foi o meu resultado.
E você? Qual livro você é?
Faça o teste!!!

http://tinyurl.com/dfywt9

Airtiane Rufino, ou seria Antologia poética???

=]

domingo, 12 de abril de 2009

Domingo de Páscoa



Fortaleza, 12 de abril de 2009, Domingo de Páscoa, fim de mais um feriadão de Semana Santa.
Alguns se preparam para voltar para casa, outros nem chegaram a sair.
Aos que se preparam para voltar, a de saudade.
Aos que não saíram, a calmaria e o descanso.
Mas ainda é domingo, ainda é tempo de aproveitar.
Sem perder tempo, a se arruma, passa e sai.
O menino sai em busca de alguma
O namorado apaixonado, prepara uma para sua amada.
Ao ouvir a da melodia, ela se entrega ao encanto das palavras e pede
A mãe esbanja todo seu ao preparar mais um almoço em família.
Assim, segue-se mais um domingo de Páscoa.
Como?
Fazendo o que?
Não importa...
O importante é o valor que ele tem.
Vale mais que
Vale mais que
Sozinho, com a família ou com os amigos.
Feriado é feriado.
Semana Santa é semana santa.
E domingo de Páscoa é domingo de Páscoa.
Com ou sem chocolate.
Com ou sem coelho.

Airtiane Rufino


PS: Desculpa pelo não tratamento das imagens.

quarta-feira, 8 de abril de 2009

O Beijo



Os olhares se encontram
A voz desaparece

O silêncio diz tudo
O olhar revela o desejo
Um suspiro entrega a vontade

Os batimentos perdem o compasso
A respiração se altera
As mãos tentam disfarçar

Os olhares se aproximam ainda mais
Os olhares mudam de foco
Os dentes pressionam os lábios involuntariamente
Outro suspiro é incontido
Um sorriso quebra o silêncio
O gesto é traduzido

Os olhares se encontram novamente
Uma mão desliza pelo cabelo
A outra mão repete a cena
O desejo só aumenta

Os olhos se fecham
Os lábios se encontram
O chão some
O tempo pára
A música toca

O mundo e todo o resto perde a importância
Momento sublime
Sensação única
Portas para o céu

...

Airtiane Rufino

Foto: Airtiane Rufino

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Como um eclipse



Depois de um longo dia de trabalho, sem muitas aspirações para aquela noite, ela segue seu caminho, faz o mesmo trajeto de todos os dias. Só que naquela noite ela estava sozinha.
Seguiu, pensando no dia que passara e na noite que já havia chegado.
Estava tão distraída que não notou que estava sendo observada.
Em um súbito reflexo, os olhos dela se encontraram com os olhos daquele que a observava.
Ela sentiu algo muito bom. Aqueles olhos lhe eram familiar, a paz que eles lhe trazia também.
Quando os olhos dela cruzaram com os dele, as estrelas perderam seu brilho tamanha foi a emoção que emanou de seus olhos.
Ela, parecia a Lua, tamanho era o seu brilho e sua beleza.
Ele, parecia o Sol, tamanho era seu encanto e sua força.
Os olhares não se largaram.
O Sol não resistiu ao brilho nem a beleza da Lua.
A Lua não resistiu ao encanto do Sol.
Se abraçaram fortemente, sentiram o calor e o perfume um do outro.
A Lua brilhava cada vez mais.
O Sol ficava ainda mais encantador.
Seus corpos ali, juntos, não queriam se largar.
A Lua suspirava com o cheiro dele.
O Sol se embebedava com o perfume dela.
Mas o momento estava chegando ao fim.
A Lua precisava ir, o Sol precisava ficar.
Se olharam mais uma vez.
Se abraçaram novamente.
A Lua foi embora sentindo o cheiro de seu amado.
O Sol ficou, acompanhando sua amada partir.
Eles se deixaram desejando um novo eclipse.

Airtiane Rufino


Foto: Airtiane Rufino